14 – Augusto morreu em 19
de agosto. Em 17 de setembro, o Senado em Roma decreta que Augusto César era um
dos deuses, e nomeia Tibério imperador. (Se Lc. 3.1 data o “reinado de Tibério
César” deste ano, seu décimo quinto ano foi 28/29 d.C.)
30, 33? – Jesus
crucificado e ressuscitado.
39/40 – Filo de Alexandria (15/10 a.C.
– 45/50) organizou uma embaixada de judeus de Alexandria para o imperador
Calígula (37-41) em Roma. Os judeus de Alexandria estavam sendo alvo de um
massacre romano que Filo e seus companheiros esperavam ter um fim. Calígula,
porém, não os ouviu. Filo depois falou para os embaixadores que Deus castigaria
Calígula e que logo seria assassinado.
Filo foi um teólogo que buscou
harmonizar a teologia judaica com a filosofia grega (em grande parte
platônica). Muitas idéias encontradas na teologia cristã posterior estão
presentes em Filo, apesar que algumas vezes eram inaceitáveis para a Igreja.
Filo ensinou que a filosofia grega tinha sido plagiada de Moisés. Ele
acreditava que a tradução grega do Velho Testamento (a Septuaginta, do
séc. III a.C.) era divinamente inspirada. Filo se referiu ao Logos (a residência das
idéias platônicas) como o Filho Primogênito de Deus – entretanto, na sua
opinião, o Logos estava abaixo de Deus, diferente da Divindade. Ele
interpretou as teofanias do Velho Testamento como aparições do Logos (como os
Pais denominaram cristofanias). Ele acentuou a interpretação alegórica das
Escrituras, mas com certo cuidado. Junto com teólogos místicos orientais, Filo
afirmava que era difícil de entender e se chegar a Deus em um estado extático.
De certo modo, Filo se aproximava dos gnósticos e maniqueístas. Como
Platão, Filo via o corpo como prisão da alma. Isto revela uma ideia não cristã
disto.
41 – Jerusalém é expandida. Novas muralhas
são construídas e fazem o local da crucificação de Jesus ficar dentro da
cidade.
42 – Tiago, irmão de João, é decapitado (At. 12.2).
43 – o imperador Cláudio (41-54)
conquista a Bretanha.
Barnabé traz Saulo para Antioquia (At. 11.25-26).
44 – morte de Herodes Agripa I, rei da
Judéia e Samaria (At. 12.23).
45 – a igreja em Antioquia envia
recursos para ajudar os cristãos da Judéia pelas mãos de Saulo e Barnabé (Atos
11.29).
47-49 – primeira viagem missionária de
Saulo e Barnabé (At. 13-14).
49 – de acordo com o
historiador romano Suetônio (70-122), Cláudio “expulsou os judeus de Roma por
constantemente se revoltarem à instigação de Chrestus.”
49/50 - realizado o Concílio de Jerusalém (At. 15). Como resultado,
não mais se exigiu que os gentios ficassem sob as regras da Lei.
Morte de Helena, rainha do reino de
Adiabene, um estado judeu na Mesopotâmia. A Adiabene do norte era um aliado da
Pérsia nas guerras contra Roma.
O imperador Cláudio promove o culto da
Grande Mãe (Magna Mater) dos deuses e seu
esposo Attis. Os dois tinham sido introduzidos no panteão romano em 200
a.C.
50 - a segunda viagem
missionária de Paulo, com Silas (At. 15.40). Paulo e Silas visitam Filipos (At.
16.11-40), e encontram Lídia, vendedora de púrpura, que é salva da prisão. Conversão
do carcereiro (At. 16.33); Tessalônica – onde havia uma revolta (At. 17.5);
Beréia – onde os judeus examinavam as profecias do Velho Testamento sobre o
Messias (At. 17.11); Atenas – onde Paulo pregou no Areópago (At. 17.22-31);
Corinto – onde ele conheceu Áquila e Priscila, refugiados por causa de
Cláudio. Expulsão dos judeus de Roma (Atos 18.2); Paulo passa em Éfeso,
Cesaréia e Jerusalém antes de voltar a Antioquia (Atos 18.22).
51 – Paulo escreve as Epístolas aos Tessalonicenses, de Corinto.
53 – Paulo escreve a Epistola aos Gálatas de Antioquia (?).
Inicia a terceira viagem. Paulo missionário em Éfeso, 53-55/56. (At. 19)
55 – Paulo escreve a 1a. Epístola aos Coríntios,
de Éfeso.
55/56 – Paulo sai de Éfeso (At. 20.1),
visita a Macedônia e Corinto. Escreve a 2a. aos Coríntios na
Macedônia.
57 – Paulo escreve aos Romanos, em Corinto. Passa na Grécia (At. 20.3), e
depois de atravessar Troas (Atos 20.7-12), e pregar aos presbíteros da igreja
em Éfeso (At. 20.18-35), vai a Jerusalém (At. 21.17), terminando a terceira
viagem.
57-59 – Paulo é preso em Cesaréia (At.
23.33-26.32), por Félix e Festus.
60 – Paulo chega a Roma (At. 28.16).
61/62 – Paulo escreve as epístolas a Filemon, Colossenses, Efésios e Filipenses.
62 – de acordo com a
tradição, Tiago, o Justo, bispo de Jerusalém,
foi morto no templo pela multidão, golpeado na cabeça.
A tradição diz que Bartolomeu foi martirizado em Kalyana, uma cidade
na costa ocidental da Índia, próxima ao que hoje é Bombaim. Bartolomeu
foi esfolado vivo e crucificado.
Paulo é julgado e absolvido em Roma.
63-66 – Paulo viaja para a Macedônia,
Ásia Minor, Creta, e possivelmente Espanha. Escreve 1º Timóteo e Tito.
64 – 1ª
perseguição dos cristãos, com Nero. Quando Roma queimou durante
seis dias, Nero (54-68) culpou os cristãos. Em 62, Nero tinha se casado
com Popéia Sabina, uma prosélita do judaísmo. Sobre a perseguição de Nero,
Tácito escreveu: Primeiro Nero prendeu os auto-proclamados cristãos. Daí, com sua
informação, numerosos outros foram condenados. Suas mortes foram ridículas.
Vestidos com peles de animais selvagens, eles foram rasgados em pedaços por
cachorros, ou crucificados, ou feitos de tochas para serem acesos à noite como
substitutos para a luz do dia.
Uma lenda do terceiro século diz que
Simão Mago (At. 8.9-24) e Pedro discutiram em Roma. Simão, tentando ter
vantagem sobre Pedro, pensou em impressionar Cláudio com seu dom de voar e
morreu pulando do Fórum Romano.
64 – é fundada a igreja em
Alexandria por S. Marcos, discípulo de Pedro.
64 – o templo de Herodes em
Jerusalém é completado.
66 - é iniciada a rebelião judaica e a
guerra entre os romanos e judeus. Jerusalém é sitiada em 70 e destruída, junto com o templo de Herodes. Depois, no
segundo século, Justino Mártir ensinaria que esta destruição era o julgamento
de Deus em uma nação que tinha rejeitado seu Messias e não viu que, sob a nova
dispensação, cessaram os sacrifícios do templo.
67 – alguma data para o livro de Apocalipse para este ano. A maioria dos
críticos o citam no fim do reinado de Diocleciano (81-96).
O segundo julgamento de Paulo em Roma.
É escrito 2º Timóteo.
67/68 - S. Paulo é martirizado na estrada de Roma para
Óstia. É decapitado. Neste ano, S. Pedro sofre o martírio
crucificado de cabeça para baixo.
69 – de acordo com a tradição, S. André foi crucificado em Patrae, na península
do Peloponeso.
69 - Inácio se torna bispo de Antioquia na Síria.
69 – Nasce Policarpo, bispo de Esmirna. Morre em155. Irineu
diz que Policarpo conheceu S. João em Éfeso. Policarpo foi martirizado e
sabe-se que ele não provocava as autoridades, mas que esperou pacientemente que
viessem prendê-lo. Irineu também escreveu: “Policarpo
também foi instruído não só pelos apóstolos, e conversou com muitos que tinham
visto o Cristo, mas também foi pelos apóstolos na Ásia, ordenado bispo da
Igreja em Esmirna, quem eu também vi em minha juventude, depois de ter ensinado
as coisas que ele tinha aprendido dos apóstolos, e o qual a Igreja passou, e o
qual só é verdade.”
70 – perto desta data, Jochanan Ben
Zaccai funda uma escola rabínica em Jâmnia (Palestina) .
Os evangelhos de Mateus e Marcos talvez
foram escritos depois deste ano. Lucas pode ter composto próximo do ano 80.
72 – diz a tradição que Tomé foi morto à facadas por sacerdotes brâmanes
em Milapore, Índia.
79 – de acordo com a tradição, Judas e Simão foram mortos por uma multidão persa
nesta data. Simão se encontrou com Judas depois de uma viagem para a Bretanha.
Judas tinha estado na Armênia.
80 – é aberto o Coliseu em Roma.
90 – o Sínodo judeu de Jâmnia estabelece o cânon hebraico, o moderno
Antigo Testamento protestante. Ester, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos e
Ezequiel quase foram excluídos do cânon, enquanto Eclesiástico era um forte
candidato mas fracassou em ser incluído pelos rabinos. Jâmnia também criou a
teoria que toda letra no hebraico tinha um significado. Como muitos pensassem
assim, um texto padrão foi escolhido nesta época e as leituras não padronizadas
foram deixadas de lado.
A língua da Igreja antiga era o grego e a versão do velho Testamento em
uso entre os cristãos e judeus da diáspora era a Septuaginta. A Septuaginta
continha os livros (às vezes chamados de “apócrifos”) não incluídos no canon
jamniano. Como o as profecias da Septuaginta sobre o Messias eram muito usadas
pelos cristãos, a tradução foi caindo entre os judeus. Os judeus não-palestinos
aceitaram as decisões de Jâmnia. Foram feitas novas traduções das Escrituras do
Velho Testamento sobre o texto-padrão de Jâmnia.
90 – de acordo com a
tradição, Felipe foi crucificado de
cabeça para baixo (como Pedro) em Hierápolis, Ásia Menor. (Alguns dizem
que Felipe apóstolo e Felipe evangelista eram dois indivíduos distintos, e
Felipe evangelista foi o que foi enterrado em Hierápolis.)
90 – de acordo com Hipólito, Mateus morreu de morte natural, em Hierees,
Pérsia.
92 – Clemente é eleito bispo de Roma. Serviu até
100. Ele escreveu uma carta à igreja coríntia que havia tirado seu clero
do cargo e substituído com novos. Ele lhes disse que tinham deposto homens que
eram sucessores dos apóstolos. “Os
apóstolos sabiam por nosso Senhor Jesus Cristo que haveriam discussões dentro
do episcopado; e por isto, sendo dotado com perfeito conhecimento, eles
elegeram esses, e os passaram por sucessão, de forma que quando eles partissem,
outros homens aprovados os sucederiam no ministério” (ano 97.)
Em 2 Clemente, que pode
ser um documento escrito no segundo século, lemos: “irmãos, devemos assim pensar de Jesus Cristo como de Deus… pois
se nós pensamos pouco nele, espraremos Dele receber pouca coisa.”
93 – 2ª
perseguição dos cristãos, sob Domiciano (81-96). O apóstolo João é banido a Patmos.
Flávio Josefo (37/38-100)
publica as Antiguidades dos Judeus. O livro
18 se refere a Jesus Cristo. Os estudiosos acreditam que a declaração foi
falsificada por cristãos, porque se refere a Cristo como divino. Josefo tinha
sido um líder de tropas contra os romanos na Galiléia durante a guerra (66-70)
. Quando foi capturado, ele predisse que Vespasiano se tornaria imperador
e isso lhe salvou a vida. Josefo escreveu uma história da guerra, e, por causa
de sua aproximação com os imperadores romanos, foi detestado pelos judeus como
um traidor.
100 – nesta época S. João morreu em
Patmos (Eusébio, Irineu e Clemente de Alexandria concordam que João viveu no
reinado de Trajano que começou em 98.). A Didaquê,
escrita por esta era, indica que a adoração era no domingo: “reúnam-se no dia do Senhor, partam o
pão e ofereçam a eucaristia; mas primeiro confessem suas faltas, de forma que
seu sacrifício possa ser puro”. Note também que a comunhão foi
considerada como um sacrifício.
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