quinta-feira, 19 de setembro de 2013

PLATÃO E DEUS: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA O CRISTIANISMO

Platão é um filósofo grego e bastante influente da antiguidade. Ele nasceu no ano de 427 AC em Atenas, Grécia, filho de pais atenienses ricos. Platão começou sua carreira filosófica como um aluno de Sócrates. Após a morte de seu pai, sua mãe se casou com um amigo de Péricles, então ele passou a ser politicamente ligado à oligarquia e democracia. Oligarquia é uma forma de governo onde a maior parte (ou todo) o poder político efetivamente recai sobre um pequeno segmento da sociedade que é normalmente o mais poderoso, seja pela riqueza, família, força militar, crueldade ou influência política. O irmão e tio de sua mãe tentaram persuadi-lo a juntar-se às regras oligárquicas de Atenas. No entanto, Platão se juntou a seus dois irmãos mais velhos para se tornar um aluno de Sócrates. Sócrates forçou esses homens a adotar as ideias e crenças que ele criticamente estabelecera nas áreas de "Conhece a ti mesmo".

Platão não era um amigo dos Trinta Tiranos que estavam no poder durante esse tempo. Este grupo era uma oligarquia pró-espartana instalada em Atenas, e um dos seus dois principais membros eram um seguidor de Sócrates. Os Trinta severamente reduziram o número de direitos dos cidadãos atenienses. Apenas um grupo de 500 pessoas especialmente selecionadas podia participar de cerimônias legais, enquanto que cerca de 3000 tinham o direito de portar armas ou receber um julgamento com júri. Centenas de atenienses foram mortos por ordens de beber cicuta, e milhares mais foram exilados. Assim, Platão os alienou através do seu método de questionamento crítico e acabou sendo levado a julgamento por crimes capitais de impiedade religiosa e corrupção da juventude. Platão foi, portanto, condenado à morte, mas seus amigos vieram em seu auxílio e ofereceram a pagar uma multa ao invés da pena de morte.

Platão, filósofo grego – Influências

Platão foi fortemente influenciado por Sócrates, e muitos de seus diálogos tinham este homem como um personagem no seu conteúdo. Portanto, muitos de seus primeiros trabalhos foram provavelmente empréstimos ou adaptações do próprio Sócrates. É difícil saber quanto do conteúdo e argumento de qualquer diálogo é realmente o ponto de vista de Sócrates e quanto é de Platão. O próprio Sócrates não anotou nenhum dos seus ensinamentos.

Os escritos de Platão lidavam com debates a respeito da melhor forma possível de governo, exibindo adeptos da aristocracia, democracia, monarquia, assim como outros assuntos. O tema central na maioria deles é o conflito entre natureza e convenção, o papel da hereditariedade e do ambiente na inteligência humana e personalidade.

Após a morte de Sócrates, Platão fundou uma escola em Atenas, nos jardins que haviam pertencido ao semideus Academo. Era chamada de Academia (de onde temos a palavra acadêmicos) e considerada uma universidade de ensino superior por incluir a física, a astronomia e a matemática, bem como a filosofia. Platão deu palestras que nunca foram publicadas. 

Platão faleceu em 347 AC, aproximadamente aos oitenta anos de idade, mas não se sabe o que causou sua morte.

Platão, filósofo grego – Logos

Logos é o termo grego que significa "a Palavra". Filósofos gregos (como Platão) mencionavam Logos não só quando se referindo à palavra falada, mas também à palavra não dita, a que ainda está na mente -- a razão. Quando aplicada ao universo, os gregos estavam falando sobre o princípio racional que governa todas as coisas.
Um filósofo grego chamado Heráclito usou pela primeira vez o termo Logos cerca de 600 AC para designar o plano divino que coordena todo o universo. Os judeus monoteístas usavam Logos para se referir a Deus, já que Ele era a mente racional - a razão - por trás da criação e coordenação do universo.

Assim, João (o autor do livro bíblico de João) usou uma palavra muito especial - Logos – isso foi muito significativo para ambos os judeus e gregos durante o primeiro século DC. 
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (João 1:1-3, 14).

Grandes Filósofos - Ideias de Deus

O que os grandes filósofos do passado achavam sobre a ideia de Deus? Muitos dos grandes músicos, cientistas e líderes da história afirmaram alguma crença em um Deus todo-poderoso. E os grandes pensadores da filosofia? Assim como na ciência, música, artes e cultura, há um grande número de filósofos respeitados que fizeram declarações muito claras sobre sua fé. Alguns expressaram crença forte. Alguns expressaram dúvidas. Outros apenas fizeram perguntas. Dar uma olhada em alguns dos filósofos mais famosos da história nos fornece maior entendimento sobre a percepção de Deus no mundo da filosofia. 

Os filósofos gregos fizeram perguntas em grande parte sobre a ideia geral da divindade, e formularam suas perguntas em torno de questões morais. Sócrates afirmou uma versão estreita e mais comum da regra de ouro ao dizer: "Não faça aos outros o que irrita você se feito a você por outros." Toda a filosofia de Sócrates foi relatada por Platão, seu discípulo mais famoso, por isso pode ser difícil dizer quais crenças são de Sócrates, e quais são de Platão. Os escritos de Platão descrevem o que ele chama de "A Forma do Bem", e ele aparentava ter alguma ideia de uma autoridade sobrenatural. Ele mesmo declarou: "A morte não é o pior que pode acontecer ao homem." Até mesmo o seu interesse nas estrelas inspirava crença. Em suas próprias palavras: "A astronomia compele a alma a olhar para cima e leva-nos deste mundo a outro." 

Aristóteles, um aluno de Platão, certamente adotou a ideia de um "Bem Maior". Aristóteles incentivou seus alunos a desenvolver uma habilidade de ganhar experiência sem ser facilmente levado. "É a marca de uma mente educada ser capaz de entreter um pensamento sem aceitá-lo." Outras afirmações, tais como: "Não podemos mais perguntar se o corpo e a alma são um, assim como não devemos perguntar se a cera e a figura nela impressa são um", são uma boa evidência de que Aristóteles realmente acreditava em algo, e alguém, além da vida mortal.

Grandes Filósofos - Vozes da Filosofia

Os grandes filósofos do Ocidente não foram os únicos a contemplar o conceito de Deus. Pensadores orientais, tais como Confúcio, também expressaram suas crenças em um Criador sobrenatural. Confúcio disse certa vez: "A morte e a vida têm seus encontros determinados, riquezas e honra dependem do céu", e "O céu significa ser um com Deus." Confúcio também ensinou um princípio importante da filosofia, que "O objeto do homem superior é a verdade." Em João 18, Jesus providenciou um ponto focal para essa mesma ideia. 

Durante a ascensão da civilização ocidental, o número de vozes na filosofia cresceu. Uma dessas vozes foi Agostinho. Suas ideias sobre teologia e filosofia eram controversas no seu tempo, mas têm se tornado fundamentais para muitas denominações Cristãs. Agostinho tinha uma forte apreciação da singularidade do evangelho Cristão, dizendo: "Eu tenho lido em Platão e Cícero provérbios que são sábios e muito bonitos; mas eu nunca li em nenhum deles: vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados.'' Ele também apoiava o conceito de milagres, tanto filosoficamente e cientificamente, com citações como: "Milagres não são contrários à natureza, mas apenas contrários ao que sabemos sobre a natureza."

Os filósofos que surgiram depois continuaram a escrever e falar palavras que demonstravam sua crença, e procura, em um verdadeiro Deus. Aquino falou claramente a favor da fé fundamentada, dizendo: "A razão no homem é como Deus no mundo", e "Para quem tem fé, nenhuma explicação é necessária. Para um sem fé, nenhuma explicação é possível." Descartes, que ficou famoso por afirmar "penso, logo existo", também teve palavras severas para algumas das estranhas ideias de seus contemporâneos - muitos dos quais não eram crentes. Certa vez, ele alegou: "Não há nada tão estranho e inacreditável que não tenha sido dito por um filósofo ou outro." 
Pascal também foi um crente fiel e muitas vezes comentaram sobre sua fé. Há apenas um punhado de cientistas que têm contribuído mais à nossa compreensão da física do que ele. Pascal disse: "Jesus é o Deus a quem podemos aproximar-nos sem orgulho e diante de quem podemos humilhar-nos sem desespero." A aposta de Pascal, embora seja muitas vezes mal citada e geralmente mal compreendida, é um perfeito exemplo de como ele acreditava na força da crença filosófica. Ao afirmar a sua famosa aposta, Pascal na verdade disse: "Crença é uma aposta sábia. Admitindo-se que a fé não pode ser provada, que mal pode vir a você se você arriscar em sua verdade e ela se provar falsa? Se você ganhar, você ganha tudo, se você perder, você não perde nada. Aposte, então, sem hesitação, que Ele existe." Aqui Pascal está realmente dizendo que o Cristão não tem nada a perder por crer em Cristo.


segunda-feira, 16 de setembro de 2013

LIDERANÇA: AS 5 MARCAS DA INTEGRIDADE



A verdade é um valor inegociável; defendê-la e praticá-la é pressuposto fundamental do caráter cristão. (por Ronaldo Lidório)

Se você deseja conhecer a integridade de um líder, observe os detalhes. Conheça-o na informalidade do lar, no trato com amigos chegados, na conversa ao telefone. O conselho bíblico de sermos fiéis no pouco para sermos colocados sobre o muito pressupõe um grau de dificuldade e detalhamento. O pouco nos prova, como também nos expõe – é, portanto, no pouco, nos detalhes da vida, que podemos diagnosticar nossas carências e limitações, e ali aprender com o Mestre. Platão, o célebre filósofo grego, foi claro: “Você pode descobrir mais sobre uma pessoa em uma hora de brincadeira do que em um ano de conversa”. A informalidade nos expõe com maior frequência, pois nos encontra em estado de espontaneidade.Um dos desafios mais difíceis que enfrentamos é a tradução de nossos valores espirituais e morais para atitudes espirituais e morais em nossa vida diária. Permitam-me listar aqui, dentre tantas atitudes que buscam a construção de um caráter íntegro, algumas que observo de extrema colaboração neste sentido.

1. Calar-se: Certamente há momentos de falar, de fazer-se ouvir. Mas reconheço que os homens de Deus que tenho conhecido buscavam mais o silêncio do que o confronto verbal perante as adversidades, e faziam a obra do Senhor.

2. Não negociar a verdade: Quando a Palavra nos ensina que a posição do crente, o seu falar, deve ser “sim, sim”, “não, não”, o que se advoga não é uma atitude de extremos; o assunto aqui é a verdade: dizer “sim” quando for sim e “não” quando for não. No cenário do genuíno cristianismo, a verdade não pode ser negociada. Ela é um dos grandes blocos que constrói uma vida íntegra.

3. Assumir a responsabilidade: Há líderes que possuem grande dificuldade de pedir perdão de maneira verbal e clara, ou de voltar atrás em decisões tomadas mesmo quando francamente equivocadas. Esta postura provém de um coração soberbo. É o sentimento de soberba que os faz pensar sobre a sua suposta superioridade – talvez, nutrida pelo seu conhecimento, ou pela posição de liderança, ou ainda em face de sua função de destaque, de seus ganhos ou merecimentos. Muitos não percebem, porém, que este é o caminho de morte.

4. Aprender com os erros: C.S.Lewis nos ensina que “quando um homem se torna melhor, compreende cada vez mais claramente o mal que ainda existe em si. Quando um homem se torna pior, percebe cada vez menos a sua própria maldade”. Para aprendermos com nossos erros é necessário levá-los a sério, conversar com o Pai sobre eles, pedir forças para mudarmos e amadurecermos, crescendo sempre um pouco mais.

5. Cuidar do seu coração: O Senhor sonda nosso coração. Portanto, é nossa imagem interna, e não externa, que precisa de maior cuidado. Em dias de ufanismo e triunfalismo, somos levados a procurar sempre o que nos destaca, ou destaca o nosso trabalho – um grave engano, visto que o Senhor não sonda nossos relatórios, mas sim nossos corações. O doutor Augustus Nicodemus, profundo expositor da Palavra, afirma que Deus não nos chama para termos sucesso sempre, mas sim para sermos fiéis.


segunda-feira, 9 de setembro de 2013

PERDOE-ME POR ME TRAÍRES



Hermes C. Fernandes

Uma das cenas que mais me marcaram entre todos os filmes que já assisti é a que retrata o momento em que William Wallace, protagonista de Coração Valente, descobre que aquele contra quem ele está lutando no campo de batalha é o mesmo pelo qual estava arriscando a própria vida.

Esta cena merecia um Oscar para Mel Gibson! O olhar, a maneira como ele engole a seco, a fisionomia expressando completa decepção e desolação. Simplesmente, impagável!

Só quem já foi traído por alguém por quem lutava sabe o quanto dói. É como uma espada traspassando nossa alma. Quando assisti a este filme, confesso que ainda não conhecia de perto este sentimento.

De todas as dores que Jesus experimentou, nenhuma o machucou mais do que a traição. Não apenas a traição de Judas, mas, sobretudo a traição do povo para o qual Ele havia vindo ao Mundo. O mesmo povo que na véspera o aclamava na entrada de Jerusalém, agora gritava no pátio de Pilatos: Crucifica-o!

Doeu mais do que os cravos e a coroa de espinhos.

Trair quem luta por nós é trair a nós mesmos. É trair nossas convicções mais profundas, nossa consciência. Nada dói tanto quanto a traição.

E toda a traição é como um bumerangue. Um dia volta contra nós.

O traidor do filme pelo menos cai em si, e se arrepende. Há outros que sequer têm crise de consciência, porque as pessoas que o apoiam parecem indicar que ele está no caminho certo. Suas vozes de aclamação o impedem de enxergar o buraco que cavou, no qual sua própria alma se submergirá.

Não há moedas de prata, não há vantagem financeira ou qualquer tipo de prazer que compensem a dor provocada pela traição. Só quem não tem alma não percebe isso.

Há até quem consiga comemorar a traição como um grande acontecimento.

Lembro-me de um filme brasileiro estrelado por Darlene Glória, chamado "Perdoe-me por me traíres". Depois de sair traída por diversas vezes, a mulher vai ao encontro do seu marido pedir-lhe perdão. Geralmente, quem pede perdão é quem trai. Mas quando o traidor está com a consciência cauterizada, a melhor coisa a fazer é tomar a iniciativa e pedir-lhe perdão. Quem sabe ele caia em si e perceba o mal que fez e se arrependa.

Não se venda, não negocie com sua alma. Não faça ninguém sofrer. Não decepcione quem depositou tanta confiança em você. A menos que você se sinta preparado para encarar o olhar decepcionado de quem tanto te ama.

Pergunte a Pedro o que ele sentiu quando teve que encarar o olhar de Jesus. Você estaria preparado para reencontrar aquele a quem você traiu?

Olhe-se no espelho e pergunte a si mesmo se a imagem que você vê refletida é de alguém digno de confiança ou de alguém infiel à sua própria consciência.

Melhor que trair é ser sincero, jogar limpo, falar francamente, olho no olho, sem rodeios, sem meias palavras. Machuca muito menos que atraiçoar.

Foi isso que meu pai fez quando quis deixar sua antiga denominação. Ele convidou o líder da igreja para uma conversa franca. Eu estava lá e testemunhei a hombridade com que meu pai tratou aquele homem com quem havia caminhado por quase vinte anos. O nome disso é honradez. É assim que age quem é honrado. Tive muito orgulho do meu pai naquele dia.

Nem todo mundo tem a mesma hombridade e honradez. Há pessoas que são como serpentes, escorregadias e astutas, e em cuja língua há veneno. Deus as tratará!

E o pior de quem trai é ter que carregar um estigma pelo resto da vida.

Você colocaria o nome "Judas" em um filho? Mesmo que tenha havido outro Judas, que se manteve fiel a Jesus até o fim, o nome tornou-se sinônimo de " traidor".

Não deve ser nada fácil carregar este tipo de estigma por toda a vida.

Jacó, mesmo depois de passar a ser chamar Israel, continuou sendo chamado de Jacó pelo resto da vida. O próprio Deus que mudou seu nome continuou a chamá-lo de Jacó. Este foi o estigma que o patriarca teve que carregar por haver traído seu próprio irmão várias vezes.

Nunca vale a pena trair. Quem trai se torna seu próprio algoz.

Uns traem com um beijo, outros traem com um abraço, e outros com palavras e ações.

Seja fiel a Deus! Seja fiel à sua igreja! Seja fiel à sua família! Seja fiel aos seus filhos! Seja fiel à sua esposa! Seja fiel aos seus amigos! Seja fiel às suas convicções!

Se não dá pra caminhar juntos, pelo menos não traia tudo em que você disse acreditar por tanto tempo. Seja, no mínimo, fiel à visão celestial, como foi Paulo perante o rei Agripa.


N'Ele que jamais nos decepcionará, apesar dos homens...

Fonte: umadguar

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

PENSE NISSO: UMA PALAVRA DE CHARLES SPURGEON



Nenhum de nós é chamado ao apostolado, nem todos somos chamados à pregação pública da Palavra de Deus. No entanto, somos todos encarregados de sermos ousados em favor da verdade, na terra, e de batalharmos diligentemente pela fé que uma vez foi entregue aos santos.
Charles Spurgeon

Costumava haver no mundo um evangelho que consistia de fatos nunca duvidados pelos verdadeiros cristãos. Na igreja havia um evangelho que os crentes abrigaram no coração como se fosse a vida de sua alma. No mundo, costumava haver um evangelho que provocava entusiasmo e recomendava o sacrifício. Milhares e milhares se reuniam para ouvir esse evangelho ao risco de sua própria vida. Homens o pregaram, mesmo em face da oposição dos tiranos; sofreram a perda de todas as coisas, foram presos e mortos por causa desse evangelho, cantando salmos em todo o tempo. Não há remanescente desse evangelho? Ou chegamos à terra da ilusão, na qual as almas passam fome, alimentando-se de suposições, e se tornam incapazes de ter confiança ou zelo? Os discípulos de Jesus estão agora se alimentando da espuma do “pensamento” e do vento da imaginação, nos quais os homens se enlevam e ficam exaltados? Ou retornaremos ao alimento substancial da revelação infalível e clamaremos ao Espírito Santo que nos alimente com sua própria Palavra inspirada?
Charles Spurgeon