quinta-feira, 13 de julho de 2017

O ESCÂNDALO DA GRAÇA

Por que Deus escolheria Jacó, o enganador, em vez do respeitoso Esaú? Porque conferir poderes sobrenaturais de força a um mozartino chamado Sansão? Por que preparar um pastorzinho nanico, Davi, para ser o rei de Israel? Na verdade, em cada uma dessas histórias do Antigo Testamento, os escândalo da graça ressoa sob a superfície até que, finalmente, nas parábolas de Jesus, ela explode em uma dramática sublevação para reformar a perspectiva moral.
A parábola de Jesus sobre os trabalhadores e o pagamento injusto que receberam mostra claramente esse escândalo. Em uma versão judaica contemporânea da história, os trabalhadores contratados à tarde trabalharam tanto que o empregador, impressionado, decide recompensá-los com o salário de um dia. Não foi assim na versão de Jesus, que salienta que o último grupo de trabalhadores esteve negligente sem atividade no mercado, coisa que apenas trabalhadores preguiçosos e incapazes poderiam estar fazendo durante a colheita. Além do mais, os folgados nada fizeram para destacar-se, e os outros trabalhadores ficaram escandalizados com o pagamento que receberam. Que empregador, em seu juízo perfeito, pagaria por uma hora de trabalho a mesma quantia que pagou por doze?

A história de Jesus não faz sentido do ponto de vista econômico, e essa foi a sua intenção. Ele estava oferecendo-nos uma parábola a respeito da graça, que não pode ser calculada como o salário de um dia. A graça não está relacionada com acabar primeiro ou depois; trata de não levar em conta. Recebemos a graça como um dom de Deus, e não por alguma coisa que nos tenhamos esforçado muito para ganhar.

Philip Yancey - Maravilhosa Graça

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