Os Simpsons, desenho assistido por mais
de 18 milhões de espectadores semanais só nos Estados Unidos, já faz parte da
cultura americana tanto que a marca registrada de Homer Simpson Doh! foi
adicionada ao Dicionário de Oxford da língua inglesa. Várias vezes ouvi
comentários de que o desenho não é para criança. Concordo. Sua crítica social
transmitida em horário nobre se assemelha bastante às críticas de Beavis and
Butt-head, South Park e Futurama, animações exclusivas para adultos. Os temas
abordados por eles contém uma densa reflexão filosófica que pode confundir a
mente infantil, sem falar das sacanagens. Para eles os limites da moral não
existem. Tanto faz roubar, matar, adulterar, desde que a vida seja vivida. Sem
os ditames da consciência, da religião e da sociedade tudo pode acontecer.
Por trás daquelas imagens coloridas
típicas dos desenhos animados estão mentes que estimulam a “libertação" da
sociedade ocidental. Uma libertação que resulta no tudo pode, tudo é lícito,
permitido, basta querer. Dos desenhos ingênuos os Simpsons só herdaram as
cores. O restante é um convite para refletir sobre a desconstrução dos valores
morais que norteiam a sociedade.
O jornal do Vaticano “L’Osservatore
Romano”, publicou que o seriado animado dos Simpsons explorava assuntos como
família, educação, comunidade e religião. O jornal ouviu um padre jesuíta
chamado Francesco Occhetta que deu a sua opinião acerca de um episódio que foi
ao ar em 2005, chamado “O pai, o filho, e a Estrela Santa convidada”, no qual
Bart se converte ao catolicismo. Diante da análise feita pelo padre, a
conclusão foi: “Homer Simpson é um verdadeiro católico!

Num determinado capítulo, Homer recebeu
uma visita de Deus e o descreveu da seguinte forma: "Dentes perfeitos.
Perfumado. Sempre age com classe." Isso mostra claramente a visão
materialista que as pessoas têm de Deus: Estão interessadas somente no que ele
tem de bom pra dar. Os Simpsons, uma vez foi condenado por George e Barbara
Bush além do antigo Secretário de Educação William Bennett.
Mark Pinsky um repórter de assuntos
religiosos escreveu um livro intitulado: O Evangelho Segundo Os Simpsons: A
vida espiritual da família mais animada de mundo. Pinsky, vê na série animada e
irreverente, uma reflexão do papel da religião na vida familiar americana. Em
suma, a religião é um meio eficiente de esquecer os revés da vida e ganhar
dinheiro fácil.
Não é diferente do que tem acontecido
em muitas igrejas evangélicas no Brasil. Nos grandes centros neopentecostais
temos visto um crescimento alarmante de evangélicos nominais que só refletem
acerca da sua condição diante de Deus quando precisam dele. São as
“Sanguessugas [...] dá, dá” (Provérbios, 30.15). Basta que os problemas se
resolvam e logo cessa também sua espiritualidade.
Cuidemos para que não nos tornemos
“Homerianos”. O chamado de Deus exige de nós mais do que uma freqüência nos
cultos, ele requer uma vida de temor, que ilumine as trevas de um mundo
entenebrecido pelo pecado.”
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA:
O Evangelho Segundo os Simpsons
Marky Pinsky
Fonte Editorial
Nenhum comentário:
Postar um comentário