CORAGEM: Deus
sempre anima os seus escolhidos
Atos 23:11
No capítulo 21 de Atos, Paulo está de malas
prontas para viajar a Jerusalém. Será a última vez que Paulo colocará os pés na
cidade de Davi.
Embora um dos propósitos da sua viagem seja
levar uma oferta colhida entre os crentes gentios para os crentes judeus, ele
sabe que as curvas do futuro lhe reservam cadeias e tribulações.
Paulo não nutre esperanças falsas; sabe que
será preso. Não caminha em direção dos holofotes, mas rumo à prisão e à morte.
Paulo chega a pedir oração à igreja de Roma para não ser morto pelos rebeldes
judeus nessa arriscada viagem à Jerusalém (Rm. 15:30,31).
No capítulo 21.1-6, Paulo zarpou de Mileto, porto nas proximidades de Éfeso, viajou até
Cós, pequena ilha ao sul de Mileto; no dia seguinte, partiu para Rodes, ilha
maior a sudeste, e, dali seguiu para Pátara, a leste de Rodes (At. 21.1).
Prosseguiu viagem de Pátara para Fenícia, numa longa viagem de 650 km (At.
21.2), bordejando a ilha de Chipre e navegando direto para Tiro, onde o navio
deveria ser descarregado.
Em Tiro, recebeu uma profecia, alertando-o a
não ir à Jerusalém (At. 21.4).
Após uma semana entre os crentes de Tiro, Paulo se despediu em clima
de profunda emoção e cordialidade, prosseguindo sua viagem a Jerusalém (At.
21.5-6).
No capítulo 21.7-16, após Paulo deixar a cidade de Tiro rumo a Cesareia, Paulo chegou a
Ptolomeia, onde saudou os irmãos, permanecendo com eles por um dia (At. 21.7)
Enquanto Paulo estava em Cesareia, Ágapo,
conhecido profeta, desceu da Judeia e profetizou a prisão de Paulo em
Jerusalém, acrescentando que os judeus o entregariam nas mãos dos gentios (At.
21.10-11).
Paulo rejeitou abertamente o pedido dos
discípulos e seguiu resoluto para Jerusalém, mesmo sabendo que acabaria sendo
preso.
Assim como os cristãos de Tiro, os cristãos de
Cesareia imploraram a Paulo que não fosse a Jerusalém. Tanto a equipe que o
acompanhava Paulo como os discípulos de Cesareia tentaram demover o apóstolo de
ir a Jerusalém, mas este os calou e respondeu com firmeza: Que fazeis chorando e quebrantando-me o coração? Pois estou pronto não
só para ser preso, mas até para morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus (At.
21.13).
Quando Paulo chega em Jerusalém, aconteceram 4
grandes fatores importantes em sua estada:
1)
Paulo teve uma acolhida acalorosa; Paulo foi acolhido pelos irmãos
com alegria.
2)
Paulo encontrou-se com Tiago, o líder da igreja, ocasião em que
os presbíteros se reuniram para ouvirem o apóstolo.
3)
Paulo relata minuciosamente os
testemunhos que o
Senhor fizera por seu intermédio.
4)
Tiago estava preocupado com Paulo. Havia boatos que Paulo ensinava os
crentes judeus a apostatarem de Moisés, deixando de circuncidar seus filhos e
de obedecer a Lei.
Era Festa de Pentecostes, e havia milhares de
judeus em Jerusalém de todas as partes do mundo. Os judeus incrédulos vindos da
Ásia, ao verem Paulo no templo, movidos pelo preconceito inflexível e pela
violência fanática, numa atitude completamente diferente dos líderes da igreja
de Jerusalém, alvoraçaram o povo e prenderam Paulo com violência.
Sobre a prisão de Paulo:
a)
Os judeus foram grandes adversários
de Paulo e os grandes opositores do evangelho. Essa é a principal tese de Lucas no Livro de
Atos (4.1-5.42; 7.54-60; 8.1-4; 9.23-25; 21.27-36; 23.12-21). Foram os judeus
que provocaram tumultos e agora mais uma vez alvoroçam a multidão. Nesse clima
de motim, os judeus agarraram e prenderam Paulo.
b) Acusação falsa.
Os judeus espalharam boatos sobre Paulo.
c) Antes de investigar a veracidade das acusações e antes de oferecer ao
acusado chance de defesa, os judeus deliberaram mata-lo.
A multidão gritava para o matar!
d) O comandante Cláudio Lísias foi informado do motim.
Os judeus cessaram de espancar Paulo quando o
comandante mandou acorrenta-lo, para saber quem era o que o havia feito
prisioneiro.
Por essa razão, o comandante mandou recolher
Paulo à fortaleza para não ser despedaçado pela multidão que clamava por sua
morte.
Ao ser levado para a fortaleza, Paulo pede
permissão para falar à multidão amotinada. O comandante pensou que Paulo fosse
o egípcio que havia aliciado quatro mil sicários e Paulo responde declarando
ser um judeu natural de Tarso, importante província do Império. A multidão
silencia, e Paulo dirige-se a seu povo em língua hebraica.
Em sua defesa para com a multidão, Paulo,
A)
Conta
sua história anterior à conversão;
B)
Conta
como foi a sua conversão;
C)
Fala
sobre o projeto de Deus em sua vida após a conversão;
D) Diz como lutou com Deus para aceitar
o seu ministério.
Os judeus o ouviram até o momento em que ele
testemunhou seu chamado para anunciar o evangelho aos gentios. A partir de
então, passaram a gritar: Tira tal homem
da terra, porque não convém que ele viva (At. 22.22).
O sinédrio é convocado, e Paulo se apresenta
aos 71 membros do supremo tribunal dos judeus. O sinédrio era responsável por
interpretar a lei judaica às questões de sua nação e levar a julgamento os que
a transgridem.
Após o confronto entre Paulo e Ananias, e a
acalorada discussão entre os fariseus e saduceus, o clima ficou extremamente
tenso. Paulo estava numa espécie de beco sem saída. As esperanças eram mínimas.
Nesse momento de angústia, o próprio Senhor Jesus apareceu a Paulo na prisão e
lhe disse: ... Coragem! Pois de modo por
que deste testemunho a meu respeito em Jerusalém, assim importa que também
faças em Roma (At. 23.11).
A mensagem do Senhor a Paulo foi de
encorajamento, aprovação e confirmação.
Destacamos 3 importantes pontos:
1) O DEUS QUE ACOMPANHA
Naquela noite fatídica, o próprio Deus se colocou ao lado de Paulo.
Lucas registra assim: Na noite seguinte,
o Senhor, pondo-se ao lado dele... Na hora mais escura, Deus se apresentou
junto ao seu arauto. O maior encorajamento que Paulo recebeu para prosseguir
foi a presença do próprio Jesus.
2)
O DEUS QUE O ENCORAJA
Naquele momento de desânimo, Deus disse a
Paulo: Coragem!... O encorajamento
não vem dos homens, mas de Deus. Não brota da terra, mas do céu. Não emana das
circunstâncias, mas da Palavra do Deus vivo.
3) O DEUS QUE O COMISSIONA
O destino de Paulo não estava nas mãos dos judeus ou dos romanos, mas
estava nas mãos do Deus vivo. Nenhuma força da terra poderia colocar um ponto
final no ministério de Paulo. Era vontade de Deus que Paulo fosse a Roma.
As situações nos desanimam, e nos levam a
desistir pelo caminho, Paulo, aos olhos carnais teria todo o direito de ficar
desanimado, pois:
a) Teve que descer por um cesto, pela
janela de uma muralha;
b) É expulso em Antioquia;
c) Em Listra, é perseguido e apedrejado,
lançado para fora da cidade e dado como morto;
d) Na Macedônia, é chicoteado e
aprisionado;
e) Em Tessalônica é obrigado a fugir;
f) Em Éfeso, incitaram grandes tumultos
contra ele;
g) Sofreu um naufrágio em Mileto;
h) Em Malta é picado por uma cobra.
Parece que a vida havia amaçado Paulo feito um
rolo compressor.
Deus é fiel e não deixa nenhum dos seus
perdidos e desamparados.
O simples fato de Deus dizer “Coragem”, foi o combustível necessário
para Paulo não desistir da sua caminhada.
Deus sempre tem algo encorajador para os seus
filhos. Esse algo está em sua Palavra.
É por meio da Palavra de Deus que os seus
servos encontram forças para continuar sua jornada.
Se você estiver atento e não desviar a sua
atenção para as circunstâncias, com certeza ouvirá palavras de ânimo e certeza
de que não está só.
Bastou apenas uma única palavra para Paulo buscar forças de onde não tinha: CORAGEM!