domingo, 31 de janeiro de 2016

Jogos e Brincadeiras nos Tempos Bíblicos: três perguntas


1) Como era o lazer naquela época? Havia muitas opções? Era considerado algo desnecessário ou importante na cultura hebraica? E em outras culturas?

R.: Inicialmente, precisamos descrever que as Sagradas Escrituras não se ocupam do temaem apreço. Quando o salmista emprega o termo shā'a, isto é, "recrear", "deleitar" ou "brincar" no Salmo 119.16, o faz em sentido litúrgico ou teologal. A concepção greco-romana de "lazer", "brincar", "esporte" ou "jogar" ou mesmo da antropologia filosófica que trata do homo ludens (homem lúdico) é basicamente inexistente dentro do ambiente judaico-cristão primitivo. Geralmente, o lúdico ou esportivo era empregado como uma metáfora das verdades espirituais. 1 Coríntios 9.24, por exemplo, é uma prova contundente do que estamos afirmando.
A labuta diária do judeu no Antigo Testamento não o permitia inclinar-se a tal divertimento ou passatempo, sendo o sábado, um dia de repouso e, as festas religiosas, uma ocasião de estímulo e adoração. Isto não quer dizer que os hebreus desconheciam brincadeiras, parlendas ou jogos. Os jogos e a busca de lazer eram basicamente ocupados pelas atividades e festas religiosas.
Engana-se quem pensa que o judeu comum era triste, cabisbaixo. Pelo contrário, era alegre, divertidíssimo. A música e a dança constituíam-se elementos culturais fortíssimos entre os hebreus do AT. No entanto, no período interbíblico alguns judeus helenistas, obedecendo a Antíoco Epífanes, introduziram em Jerusalém uma praça de esporte, ato considerado pagão pelos patrícios mais conservadores. Como é perceptível, os judeus da Antiguidade davam pouco valor aos jogos (jocus, gracejo, graça, zombar), e não se ocupavam com o lúdico (ludus, divertimento, passatempo). Considere que a palavra "brincar", no hebraico, śāchaq, tem um sentido positivo (brincar, divertir-se) e negativo (zombar, rir com deboche, ridicularizar).
O amor aos jogos, esportes e ao lúdico era considerado um ato vulgar ou irreligioso para o hebreu. As crianças não eram proibidas de brincar e desenvolver seus jogos particulares, mas deveriam tomar todo cuidado para que as brincadeiras não fossem irreverentes, sacrílegas, ou que ofendessem a moral ou a santidade divina (Lv 24.11,16). Os hebreus costumavam evitar certos gracejos maliciosos. Mas é possível que os hebreus de família abastada desfrutassem de certos jogos, como o arco e flecha, a caça entre outros e, que as atividades, como o treinamento militar, também incluíssem nos intervalos jogos ou brincadeiras correlatas.
Já entre os outros povos do Oriente Próximo, os esportes e jogos eram mais freqüentes. Diversas iconografias atestam que o jogo de damas, de dados, o malabarismo com bolas, e até mesmo jogos de azar eram muito freqüentes entre os egípcios e os povos mesopotâmicos.

2) Quais as formas de diversões para jovens, adultos e crianças?

R.: Os jogos infantis não eram tão diferentes daqueles que as crianças ainda hoje continuam a jogar e brincar. Muitos jogos e brincadeiras infantis eram reflexos daqueles praticados pelos adultos. A rua era um espaço para a brincadeira e mimetização dos adultos.
O profeta Zacarias (8.5), referindo-se às bênçãos futuras de Israel, afirma que "as ruas se encherão de meninos e meninas, que nelas brincarão". Isto indica que durante certo período o brincar nas ruas era muito perigoso em função das constantes guerras, transferindo esse espaço do brincar para dentro das casas. Mas, em dias de paz, as brincadeiras e jogos eram praticados nas ruas.
O próprio Jesus faz referência às brincadeiras infantis nas ruas e praças (Mt 11.16,17). Segundo o texto mateano, as crianças brincavam de "tocar flauta", "danças" e, transgressoras como são do mundo dos adultos, imitavam as carpideiras que choramingavam nos velórios. Você já imaginou um grupo de crianças mimetizando essas profissionais do pranto? Com certeza era muito hilário. As crianças costumavam brincar com os animais (Jó 41.5), bolas de gude, uma forma de amarelinha, assobios, chocalhos feitos de cerâmica e pedrinhas, jogos de tabuleiro também eram muito freqüentes. Um desses jogos, conhecido como Jogo Real de Ur, data de 1800 aC. Os jogos como os mancalas (jogos de tabuleiro), muito conhecidos na África, estavam presentes no cotidiano das crianças hebréias.
A vida dos jovens e adultos também refletia a realidade e o contexto em que viviam. As festas sabáticas, os cânticos, as músicas e as danças, arco e flecha, propor enigmas e jogos de prendas eram os tipos de diversões mais comuns entre eles. Em o Novo Testamento, Mateus 27.27-31, menciona um jogo muito conhecido entre os adultos, o "Basileu". Neste jogo, o pino de madeira que o jogador usava para movimentar-se nas linhas marcadas no chão, foi substituído pelo próprio Senhor! Ainda hoje temos registros desses jogos em Jerusalém.

3) Havia brincadeiras que não eram permitidas ao povo de Deus por serem consideradas profanas ou mesmo por terem origem em outros povos? (até um tempo atrás algumas formas de diversão eram proibidas por nossa própria denominação e até hoje são tabus com jogar bola e certos tipos de jogos em tabuleiros, assistir televisão... Naquela época também havia restrições deste tipo?)

R.: Havia sim. As brincadeiras com bonecos e bonecas não eram freqüentes ou permitidos entre os judeus. Embora muito comum entre os egípcios, canaanitas e mesopotâmicos, o hebreu procurava evitar, em função do mandamento de Êx 20.4, essas representações.
A idolatria era tão comum entre os povos antigos que, às vezes, os historiadores e arqueólogos têm dificuldade em afirmar quando se trata de um brinquedo ou um ídolo para adoração. Todo e qualquer brinquedo esculpido era proibido entre os hebreus. Brinquedos que continham em seu bojo o elemento divinatório também eram proibidos pelos judeus. Brincar de adivinhação, fazer gracejos com coisas sagradas eram terminantemente proibidos. Outro brinquedo não muito utilizável entre os hebreus dos tempos bíblicos, era o dado ou congênere. Embora os arqueólogos tenham encontrado no território judeu alguns dados, isso não significa que eles eram usados com freqüência nos jogos profanos, uma vez que possuía certo caráter sagrado.

Fonte: http://teologiaegraca.blogspot.com.br/ 


                                                                                        

sábado, 16 de janeiro de 2016

ALEGRIA EM MEIO ÀS CIRCUNSTÂNCIAS - FP 4

O apóstolo Paulo estava a caminho de sua segunda viagem missionária, com Silas, Timóteo e Lucas, com o propósito de abrir novas igrejas. Paulo tinha um plano ousado para evangelizar a Ásia, mas aprouve a Deus mudar o rumo da sua jornada e direcioná-lo a Europa.
Filipos era uma cidade estratégica pela sua geografia. Ela ficava entre o Oriente e o Ocidente. Era a ponte de conexão entre os dois. Alcançar Filipos era abrir caminhos para a evangelização de outras nações.
A cidade de Filipos era chamada de Krenides, fontes, um lugar com abundantes ribeiros e fontes, cujo solo era fértil e rico em prata e ouro, explorados desde a antiga época dos fenícios.
Filipos era uma cidade de importantes acontecimentos, mundialmente conhecidos. Essa cidade foi fundada por Filipe, pai do grande imperador Alexandre. Filipe da Macedônia tomou a cidade dos tracianos por volta de 360 a.C.
A primeira igreja estabelecida na Europa, na colônia de Filipos, nos revela o poder do evangelho em alcançar pessoas de raças diferentes, de contextos sociais diferentes, com experiências religiosas diferentes, dando a elas uma nova vida em Cristo. Destacamos aqui:
      a)      O evangelho chega às pessoas pela graça soberana de Deus
    b)      Temos a conversão de Lídia (At 16:13-14) – escrava do misticismo comprometida com os demônios
     c)      A conversão do carcereiro (At 16:27-34) – episódio narrado através da prisão de Paulo e Silas

A carta aos Filipenses é uma carta de prisão. Paulo esteve preso em Filipos, em Jerusalém e Cesaréia. A carta aos Filipenses foi escrita no final da primeira prisão em Roma, Paulo ficou preso em Roma, nessa primeira reclusão, cerca de dois anos, aproximadamente nos 60 a 62 a.C.

Paulo escreve essa carta com dois propósitos:
       1.      Para agradecer a igreja de Filipos sua generosidade. A igreja foi a única que aceitou em sustentar Paulo desde o início de seu ministério. Enquanto Paulo estava em Tessalônica, eles enviaram sustento à ele por duas vezes. Enquanto estava em Corinto, a igreja o sustentou financeiramente. Quando Paulo estava preso em Roma, a igreja enviou Epafrodito com donativos para prestar assistência.

      2.      Para alertar os perigos que a igreja estava enfrentando. A igreja estava enfrentando a desunião dos crentes, uma arma destruidora que estava roubando a eficácia da igreja. Eles também estavam sendo atacados pelos falsos mestres, homens que na realidade eram judeus, inimigos da cruz de Cristo, que se vangloriavam da circuncisão.

Essa carta é a carta da ALEGRIA do Novo Testamento. Essa carta transborda:
      1.      A razão da obra de Cristo por nós
      2.      A ação do Espírito Santo em nós e por nosso intermédio
      3.      O plano de Deus por nós.
É por isso que Paulo disse: “Regozijai-vos”.

A palavra alegria aparece 12 vezes na carta de Filipenses, e essas 12 vezes mostram sua grandeza:
     1.      A igreja de Filipos era uma igreja que tinha um bom testemunho de tal forma que, todas as vezes que Paulo se lembrava dela em suas orações, sentia alegria (1:4)
    
    2.      Alguns irmãos durante a prisão de Paulo passaram a pregar o evangelho, outros, porém, pregavam por inveja e rivalidade. Fato que alegrava Paulo, pois o evangelho estava sendo pregado (1:14-18)

      3.      As orações dos cristãos em Filipos resultariam na libertação de Paulo (1:18)

     4.      Paulo estava pressionado por morrer ou continuar a pregar o evangelho, mas, por amor aos filipenses, Paulo estava disposto a continuar a pregar por alegria pelo progresso na fé deles (1:25)

      5.      Paulo exorta aos cristãos à completar sua alegria tendo o mesmo modo de pensar (2:02)

     6.      Embora seu estado na prisão fosse perigoso, Paulo estava alegre, pois sua causa era causa de Cristo (2:17)

     7.      Paulo encoraja os cristãos a se alegrarem com ele (2:18)
  
     8.      Epafrodito ficou doente e quase morreu, estava com saudades dos irmãos e, Paulo envia-o de volta para completar a alegria dele e da igreja (2:28)

     9.      Paulo diz que para ele, escrever e encorajá-los a se alegrar não era cansativo (3:01)

    10.  Paulo externa sua alegria aos Filipenses dizendo que eles são sua coroa, igreja que ele tinha saudades (4:01)

      11.  Paulo repete a expressão alegrem-se duas vezes, pois a alegria dos filipenses deveria ser no Senhor (4:04)

Ladrões de Alegria

Quantas pessoas ao redor da sua vida, você conhece que:

- Se divorciaram
- Não passaram no vestibular
- Romperam com namoro e noivado
- Possuem os filhos nas drogas
- Estão desempregados
- Estão com doenças em estado terminal

O mundo vive em decadência política, moral e espiritual por causa do pecado. São homens gananciosos que estão colhendo o que plantaram. O pecado tem trazido escuridão à alma de muitas vidas perdidas pelo mundo.

A ansiedade tem tomado conta das pessoas, pois, as famílias estão destruídas graças a maus planejamentos e dívidas. Ninguém mais consegue deitar a cabeça no travesseiro e descansar em paz.

Jesus Cristo, o restaurador da Alegria

Paulo no capítulo quatro e verso quatro para os cristãos em filipenses se alegrarem no Senhor. A felicidade não depende das circunstâncias. Paulo estava preso, mas sua fé e seu coração estavam livres. Os agrilhoes e as correntes em seus punhos e tornozelos não impediam Paulo de externar sua gratidão e devoção total à Deus.
Todas as pessoas que almejam alegria rejeitam a tristeza. Paulo nos ensina nessa carta, que é possível, independente das circunstâncias se alegrar.
As Escrituras nos dizem:

Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas
(Mt 6:25,26)?

Pela opressão dos pobres, pelo gemido dos necessitados me levantarei agora, diz o Senhor (Sl 12:5).

Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo os seus molhos (Sl 126:6).

O segredo da Alegria do povo de Deus não está na prosperidade, mas sim, alegrar-se em Cristo em qualquer circunstância, pois ele foi o único que disse: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.
Mateus 11:28-30

domingo, 3 de janeiro de 2016

ISAÍAS 53: O SERVO SOFREDOR



Introdução



     ·         O Novo Testamento contém mais de 400 citações e reflexos da linguagem de Isaías

     ·         Isaías era de Judá, provavelmente de Jerusalém.

     ·         Seu ministério pode ter se iniciado nos anos finais do reinado de Uzias. Com certeza estendeu-se do ano da morte de Uzias (740 a.C.) pelos anos de Jotão, Acaz e Ezequias (701 a.C.)

      ·         Isaías era casa com uma profetisa e tinha dois filhos

     ·         A tradição revela que Isaías foi martirizado nos dias de Manassés, tendo sido serrado ao meio.

     ·         Do capítulo 1 os 5, Isaías narra acusações contra o povo por sua letargia e seu pecado rebelde, promessa de redenção para os que voltassem à Deus.

      ·         No capítulo 6, no ano da morte do rei Uzias (740 a.C.), Isaías era acostumado a ver o esplendor da corte terrena de Uzias, mas quando o rei morreu, Deus lhe concedeu a visão da corte celestial.

       ·         O Ministério de Isaías foi bem angustioso. Parte de seu impacto seria tornar impossível ao povo de Deus ouvir a verdade divina. O julgamento de Deus contra o povo seria bem real e quase total. Ainda assim, um remanescente de Judá, de quem Isaías, perdoado e purificado, era precursor, sobreviveria como uma árvore derrubada pode ganhar novas raízes.

ÉPOCA

A época de Isaías foi nada menos que um divisor de águas na história do povo de Deu. Tiglate-Pileser chegou ao trono assírio em 745 a.C. e , livre das preocupações com a Mesopotâmia e Urartu, conquistou até 740 todo o norte da  Síria. Em 738 subjugou a cidade-estado de Hamate e forçou outros pequenos reinos a pagar tributo para escapar da mesma sina. Entre eles estavam Israel sob o governo de Manaém (2Rs 15:19) e um certo Azarias de Judá. Em 734 Tiglate-Pileser liderou uma expedição para o território palestino e estabeleceu uma base de operações no rio do Egito. Alguns pequenos estados aliaram-se contra ele na chamada guerra siro-eframita (733 a.C.). Israel sob o reinado de Peca participou desse guerra, mas Judá sob Acaz recusou-se. A colisão voltou-se então contra Acaz, na esperança de destituir a dinastia davídica e colocar alguém que aceitasse a aliança (2Rs 15:37 e 16:05). Rejeitando o conselho de Isaías, Acaz buscou ajuda da Assíria (2Rs 16:07-09). Tiglate-Pileser invadiu a região norte do Jordão, tomou Gileade e a Galiléia e carregou muitos israelitas para a Assíria. O povo de Israel foi desalojado (2Rs 15:29). A Assíria estava observando as fronteiras de Judá.
Nessa época Peca rei de Israel foi destituído, e seu sucessor, Oséias, pagou tributo a Tiglate-Pileser depois que o rei assírio infligiu uma devastação terrível a Damasco (732 a.C.). Quando Tiglate-Pileser morreu em 727 a.C., Oséias recusou-se a pagar tributo a seu sucessor, Salmaneser V. em vez disso, cortejou o Egito como aliado (2Rs 17:04). A Assíria voltou0se contra Israel, capturou o rei e sua terra, mas não conseguiu tomar Samaria, a capital. Após um cerco de três anos, Samaria caiu (721 a.C.) diante de Salmaneser. Uma multidão de israelita foi levada para o cativeiro. A terra foi repovoada por cativos de outras terras, inclusive babilônios. Com a queda do reino do norte, a Assíria estendeu seu império até a fronteira norte de Judá. É essa crise que proporciona o cenário para as mensagens de julgamento e esperança nos capítulos 7 ao 14.
Em 720 a.C., algumas cidades-estados da Síria e Palestina rebelaram-se, mas foram contidas de imediato. Gaza tentou revoltar-se com a ajuda de Sibu, do Egito. Na batalha que se seguiu, as forças assírias fizeram os egípcios recuar para dentro de suas fronteiras, deixando Judá praticamente ilhado. Acaz morreu em 715 e foi sucedido por Ezequias. Em 713-711 a.C. ocorreu um levante anti-assírio em Asdode, de que participaram Edom, Moabe e Judá. Sargão da Assíria enviou seu vice a Asdode (Is 20), e Asdode e Gate tornaram-se província assíria. Judá estava-se tornando cada vez mais vulnerável.
Sargão morreu em 705, iniciando de imediato uma série de 110 revoltas contra a Assíria, inclusive a tentativa de Ezequias (2Rs 18:04-08), sem dúvida incentivada pelo Egito (Is 30). Meradoque-Baladã liderou um levante na Babilônia e bem provavelmente enviou emissários a Ezequias para estabelecer os alicerces de uma revolta ou ataque duplo (2Rs 20 e Is 39). Senaqueribe da Assíria estava ocupado sufocando revoltas e não pode concentrar-se em Judá até 701 a.C. Nessa campanha ele esmagou Sidom e fez Asdode, Amom, Moabe e Edom pagar tributos. Ele também subjugou Asquelom e Ecrom, além de vencer as forças egípcias comandadas por Taraka em Elteque. Laquis foi cercada, Ezequias foi “preso como um pássaro na gaiola” e forçado a pagar tributo a Senaqueribe (2Rs 18:13-16). Mais terras suas foram tomadas pelo menos temporariamente, e dadas a reis filisteus. A história dessa época é de tal maneira interligada à profecia de Isaías que não se pode compreender esta sem um conhecimento dos eventos.


Por que Cristo teve que sofrer a Ira e a cólera de Deus à luz de Isaías 53?

       ·         A história da humanidade apresentada pelas Escrituras é primordialmente a história sua, num estado de pecado e rebeldia contra Deus.

       ·         Antes que fôssemos remidos por Cristo, não só cometíamos atos pecaminosos e tínhamos atitudes pecaminosas, mas também éramos pecadores por natureza. Paulo diz em Rm 5:08: “Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo ainda pecadores”.

       ·         Paulo explica os feitos dos pecados dizendo: Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram (Rm 5:12)

         ·         Não é certo dizer que algumas partes de nós são pecaminosas e outras puras. Antes, cada parte de nosso ser está maculada pelo pecado. Paulo diz em Rm 7:18- 19: Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.

        ·         Aqueles que não aceitaram a Cristo, que dão suas ofertas a orfanatos, hospitais, asilos, através de seus esforços acham que estão agradando a Deus e serão justificados, estão enganados. Em Rm 8:08 Paulo diz: “Portanto, os que estão na carne não podem agradar à Deus”.




O efeito das pisaduras de Cristo à luz de Isaías 53

         ·         Na antiga aliança, quando alguém queria receber o perdão pelos seus pecados, a pessoa ia ao templo e oferecia uma sacrifício pelos seus pecados. O sacerdote imolava um cordeiro e assim o animal era morto em seu lugar.

          ·         Isaías descreve Jesus - Messias como “Servo”

       ·         Está escrito em João 3:16 – “Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Deus fez com que sua justiça encontrasse um meio pelo qual todos nossos pecados fossem apagados. E é por isso que Paulo diz em Rm 3:23-26:
“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; Para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.”

         ·         Agostinho no livro um, capítulo quatro das confissões, fala sobre o amor de Deus da seguinte maneira:

Que és, portanto, ó meu Deus? Que és, repito, senão o Senhor Deus? Ó Deus sumo, excelente, poderosíssimo, onipotentíssimo, misericordiosíssimo e justíssimo. Tao oculto e tão presente, formosíssimo e fortíssimo, estável e incompreensível; imutável, mudando todas as coisas; nunca novo e nunca velho; renovador de todas as coisas, conduzindo à ruína os soberbos sem que eles o saibam; sempre agindo e sempre repouso; sempre sustentando, enchendo e protegendo; sempre criando, nutrindo e aperfeiçoando, sempre buscando, ainda que nada te falte. Amas sem paixão; tens zelos, e estás tranqüilo; te arrependes, e não tens dor; te iras, e continuas calmo; mudas de obra, mas não de resolução; recebes o que encontras, e nunca perdeste nada; não és avaro, e exiges lucro.

          ·         As marcas de Cristo nos diz muito à respeito de quem ele é, pois, elas demonstram o amor incondicional de Deus por todos aqueles que um dia, através da fé, aceitaram a Cristo como seu único e suficiente salvador.

          ·         Como ovelha muda levada ao matadouro ele pagou nosso pegado, tornando-nos mais uma vez conhecidos como filhos eleitos.


          ·         Hoje por mais difícil que seja a caminhada, temos dentro de nós um senso de divindade (sensus divinitatis). O pecado não tirou isso de cada um, pois, nas palavras de Agostinho: “Fizeste-nos Senhor para ti, e nosso coração inquieto está, enquanto não descansar em ti”.